sábado, 3 de maio de 2008

SALVADOR DALÍ - 109 - Pintor

Salvador Dali
Nascimento
11 de Maio de 1904Figueres, Espanha
Falecimento
23 de Janeiro de 1989Figueres, Espanha
Nacionalidade
Espanhol
Ocupação
Pintura, Desenho, Fotografia e Escultura
Escola/tradição
Escola de Belas-Artes de San Fernando, Madrid
Movimento estético
Cubismo, Dadaísmo e Surrealismo
Principais trabalhos
A Persistência da MemóriaSofá-lábios de Mae WestA Tentação de Santo Antônio
Cônjuge
Gala Éluard Dalí
Filho(s)
Cecile Éluard Boaretto
Salvador Domingo Felipe Jacinto Dalí i Domènech, 1º Marquês de Púbol (Figueres, 11 de Maio de 1904Figueres, 23 de Janeiro de 1989), conhecido apenas como Salvador Dalí, foi um importante pintor catalão, conhecido pelo seu trabalho surrealista. O trabalho de Dalí chama a atenção pela incrível combinação de imagens bizarras, como nos sonhos, com excelente qualidade plástica. Dalí foi influenciado pelos Mestres da Renascença[1][2]. O seu trabalho mais conhecido, A Persistência da Memória, foi concluído em 1931. Salvador Dalí teve também trabalhos artísticos no cinema, escultura, e fotografia. Ele colaborou com a Walt Disney no curta de animação Destino, que foi lançado postumamente em 2003 e, ao lado de Alfred Hitchcock, no filme Spellbound.
Dalí insistiu em sua "linhagem árabe", alegando que os seus antepassados eram descendentes de mouros que ocuparam o sul da Espanha por quase 800 anos (711-1492), e atribui a isso, "o meu amor de tudo o que é excessivo e dourados, minha paixão pelo luxo e meu amor oriental por roupas.[3] Tinha uma reconhecida tendência por atitudes e realizações extravagantes destinadas a chamar a atenção, o que por vezes aborrecia aqueles que apreciavam a sua arte, ao mesmo tempo que incomodava os seus críticos, uma vez que a sua forma de estar teatral e excêntrica tendia a eclipsar o seu trabalho no que à notoriedade diz respeito.[4]
Índice de conteúdo[ocultar]
1 Biografia
1.1 Paris e Madri
1.2 Personalidade e política
2 Simbolismo
2.1 Surrealismo
3 Obras
3.1 A Persistência da Memória
3.2 Esculturas
3.3 Teatro
3.4 Cinema
4 Referências
5 Ligações externas
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Biografia
Salvador Felipe Jacinto Dalí i Domènech nasceu às 8h45 da manhã de 11 de maio de 1904, no número 20 do carrer (rua) Monturiolin da vila de Figueres, Catalunha, Espanha[5]. Seu irmão mais velho, também chamado Salvador (b. 12 de outubro de 1901), havia morrido de gastroenterite, nove meses antes, em 1 de agosto de 1903. Seu pai, Salvador Dalí i Cusí, era um advogado de classe-média, figura popular da cidade e senhor de um carácter irascível e dominador, sua esposa, Felipa Domenech Ferrés, incentivou os esforços artistícos do filho[6].[7]. Quando tinha cinco, Dalí, quando foi levado ao túmulo de seu irmão, disse a seus pais que ele era sua reencarnação [8]. Sobre seu irmão, Dalí também disse: "… [que] eram como duas gotas de água, mas com várias reflexões."[9] Ele" foi provavelmente uma primeira versão de mim próprio, mas concebido em demasia absoluta.[10]".
Dalí também teve uma irmã, Ana Maria, que era três anos mais nova[6]. Em 1949, ela publicou um livro sobre seu irmão, "Dalí visto por sua irmã".[11] Entre seus amigos de infância, destacam-se Josep Sagibarbá Samitier, futuro jogador de futebol de FC Barcelona, e Josep Samitier. Durante as férias no resort de Cadaqués catalão, o trio de amigos jogou futebol.
Dalí frequentou a Escola de Desenho Municipal, onde iniciou a sua educação artística formal. Em 1916, durante umas férias de verão em Cadaquès, passadas com a família de Ramon Pichot, descobriu a pintura impressionista. Pichot era um artista local que fazia viagens frequentes a Paris.[6] No ano seguinte, o pai de Dalí organizou uma exposição dos desenhos a carvão do filho na sua casa de família. Dali teve a sua primeira exposição pública no Teatro Municipal em Figueres em 1919.
Em fevereiro de 1921, sua mãe morreu de câncer de mama. Dalí, então com dezesseis anos de idade, disse depois da morte de sua mãe: "foi o maior golpe que eu havia experimentado na minha vida. Eu adorava ela… eu não podia resignar-me a da perda de um ser com quem eu contei para tornar invisíveis as inevitáveis manchas de minha alma."[12] Após sua morte, o pai de Dalí casou-se com a irmã da falecida esposa. Dalí não resentiu este casamento, como alguns pensam, pois ele tinha um grande amor e respeito em relação a tia.[6]

Paris e Madri

Dalí e Man Ray fotografados por Carl Van Vechten, Paris, 16 de Junho de 1934.
Em 1922, Dalí foi viver em Madrid[6] , onde estudou na academia de artes de San Fernando. Já então Dalí chamava a atenção nas ruas como um excêntrico, usando cabelo comprido e patilhas, casacos compridos, um grande laço ao pescoço, calças até ao joelho e meias altas, (num estilo reminescente de Oscar Wilde e dos seus seguidores estetas). O que lhe granjeou maior atenção por parte dos colegas foram os quadros onde fez experiências com o cubismo (embora na época destes primeiros trabalhos cubistas ele provavelmente não compreendia por completo o movimento, dado que tudo o que sabia de arte cubista provinha de alguns artigos de revistas e de um catálogo que Ramon Pichot lhe oferecera, visto não haver artistas cubistas, ao tempo, em Madrid).
Dalí fez também experiências com o Dadaísmo, que provavelmente influenciou todo o seu trabalho. Nesta altura, tornou-se amigo íntimo do poeta Federico García Lorca e de Luis Buñuel.[13] Mais tarde tornar-se-ia amante de Lorca. Dalí foi expulso da Academia em 1926, pouco tempo depois dos exames finais, em que declarou que ninguém na Academia era suficientemente competente para o avaliar.[14]Seu domínio de competências na pintura está bem documentado, nesse tempo, em sua impecável e realista pintura de "Cesto do Pão", de 1926.[15]
Em 1924 o ainda desconhecido Salvador Dalí ilustrava pela primeira vez um livro. Foi o poema catalão "Les bruixes de Llers" ( "As bruxas de Llers") de seu amigo, o poeta Carles Fages de Climent.
Foi nesse mesmo ano que Dalí fez a sua primeira viagem a Paris, onde se encontrou com Pablo Picasso, que era reverenciado pelo jovem Dalí. ("Vim vê-lo antes de ir ao Louvre", disse-lhe Dalí. "Fez você muito bem", respondeu-lhe Picasso.) O artista mais velho já tinha ouvido falar bem de Dalí, através de Juan Miró. Nos anos seguintes, Dalí realizou uma série de trabalhos fortemente influenciados por Picasso e Miró, enquanto ia desenvolvendo o seu estilo próprio. Algumas tendências no trabalho de Dalí que iriam permanecer ao longo de toda a sua carreira já eram evidentes nos anos 20, mas ele devorou influências de Raphael, Bronzino, Francisco de Zurbaran, Vermeer, e Velázquez,[16], estilos de arte que conseguiu encontrar e produziu trabalho do classicismo mais académico à vanguarda mais avançada, por vezes em obras separadas, por vezes combinados na mesma obra. As exposições dos seus trabalhos em Barcelona despertaram grande atenção e uma mistura de elogios e debate surpreendido por parte dos críticos.
Nesta época, Dalí deixou crescer o bigode, que se tornou emblemática a ele, influenciado pelo pintor do século XVII espanhol Diego Velázquez. Em 1929, colaborou com o cineasta espanhol Luis Buñuel na curta-metragem Un Chien Andalou e que conheceu, em agosto, a sua musa e futura mulher, Gala Éluard (de seu nome verdadeiro, Elena Ivanovna Diakonova[17], nascida em 7 de Setembro de 1894, em Kazan, Tartária, Rússia), uma imigrante russa dez anos mais velha que Dalí que estava na época casada com o poeta surrealista Paul Éluard. No mesmo ano, Dalí teve exposições profissionais importantes e juntou-se oficialmente ao grupo surrealista no bairro parisiense de Montparnasse (embora o seu trabalho já há dois anos que vinha sendo fortemente influenciado pelo surrealismo).[6][7]Em 1934 Dalí e Gala, que já viviam juntos deste 1929, casaram-se numa cerimónia civil.

Personalidade e política

Dalí fotografado por Roger Higgins em 1968
A política desempenhou um papel significativo na sua emergência como um artista. Ele foi por vezes retratado como um apoiante do autoritário Franco. [18][19] André Breton, líder do movimento surrealista, fez um grande esforço para dissociar o seu nome do surrealismo. A realidade é provavelmente um pouco mais complexa. Em qualquer caso, ele não era um antisemita, pois era inclusive amigo do famoso arquiteto e designer Paulo László, que era judeu. Ele também profesriu grande admiração por Freud (a quem ele conheceu), e Einstein, ambos judeus, como pode ser verificado em toda seus escritos.
Em sua juventude, Dalí abraçou por um tempo tanto anarquismo como o comunismo. Em seu livro, Dalí, em 1970, declara-se um anarquista e monarquista.
Enquanto na cidade de Nova York em 1942, ele denunciou o seu colega, surrealista cineasta Luis Buñuel, como um ateu, o que levouBuñuel a ser despedido de sua posição no Museu de Arte Moderna e, posteriormente, a partir da lista negra americana da indústria cinematográfica.[20]
Com a eclosão da Guerra Civil Espanhola, Dalí fugiu da luta e se recusou a alinhar-se com qualquer grupo. Após o seu regresso à Catalunha após a Segunda Guerra Mundial, Dalí se tornou mais próximo ao regime Franco. Alguns de Dalí apoiou as declarações do regime Franco, felicitando Franco para as suas acções tendentes "limpar a Espanha de forças destrutivas". Dalí, depois de ter retornado para a fé católica e cada vez mais à medida que o tempo passou, a religiosa, certamente referia-se à comunistas, socialistas e anarquistas, que tinha quase 7000 mortos religiosos e religiosas durante a Guerra Civil Espanhola. Dalí enviou uma mensagem a Franco ", elogiando-lhe por assinatura a morte a mandados de presos políticos."[18] Dalí encontro Franco uma vez[21] Dalí sequer reuniu-se pessoalmente Franco e pintou um retrato de sua neta. É impossível determinar se suas homenagens a Franco foram sinceros ou caprichosas, uma vez que ele também enviou um telegrama louvando a Conducător, romeno, Nicolae Ceauşescu líder comunista. O jornal diário romeno "Scînteia" publicou-o, sem suspeitar seu aspecto de troça.
Em 1960, Dalí começou a trabalhar no Teatro-Museo Gala Salvador Dalí, na sua terra natal de Figueres. Foi o projecto de maior vulto de toda a sua carreira e o principal foco da sua energia até 1974. Continuou a fazer acrescentos até meados dos anos 80.

Teatro Museu-Dal
Ver artigo principal: Teatro-Museu Dalí
Gala morreu em Port Lligat na madrugada de 10 de Junho de 1982 Desde então, Dalí ficou profundamente deprimido e desorientado, perdendo toda a vontade de viver. Recusava-se a comer, ficando desidratado, teve de ser alimentado por uma sonda nasal. Em 1980, um coquetel de medicamento não prescrito danificou seu sistema nervoso, provocando assim um inoportuno fim a sua capacidade artística. Aos 76 anos, a "cada vez saudável" Dalí sofre tremores terríveis ao seu lado direito, causado pelo Mal de Parkinson.[22]
Mudou-se de Figueres para o castelo em Pubol, que comprara para Gala. Em 1984, deflagrou um incêndio no seu quarto em circunstâncias pouco claras — talvez tenha sido uma tentativa de suicídio de Dalí, talvez tenha sido uma tentativa de homicídio de um empregado, ou talvez simples negligência pelo seu pessoal — mas Dalí foi salvo e levado para Figueres, onde um grupo de amigos, patronos e artistas se assegurou de que o pintor vivesse confortavelmente os seus últimos anos no teatro-museu.

Túmulo de Salvador Dalí
Em novembro de 1988 Dalí foi levado ao hospital com insuficiência cardíaca e em 5 de dezembro de 1988 foi visitado pelo rei Juan Carlos da Espanha, que confessou ter sido sempre um sério devoto de Dalí.[23] Em 23 de janeiro de 1989, enquanto o seu favorito e recorde de Tristan Isolde jogado, ele morreu de insuficiência cardíaca em Figueres, com a idade de 84, e, vindo círculo completo, está sepultado na cripta do seu Teatro-Museu Dalí, em Figueres, do outro lado da rua a partir da igreja de Sant Pere onde tinha seu funeral, primeira comunhão, e de batismo, a três quarteirões da casa onde nasceu.
Postado por HRubiales

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